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Sistema de Proteção de Subestação de Data Centers é Modernizado pela SEL
Modernização de Sistema de Proteção do Data Center do Banco do Brasil
Investimento de R$ 2 milhões em modernização agregou importantes funções ao sistema, como proteção contra arco elétrico e segurança cibernética
Projeto em desenvolvimento pela SEL para o Banco do Brasil, o retrofit do sistema de proteção de média tensão da subestação que alimenta um de seus data centers, envolveu a troca de todos os relés de proteção e a implementação de novas funções como proteção contra arco elétrico, segurança cibernética e melhorias no sistema de comunicação. Localizado na Instalação Central de Informática do Banco do Brasil (ICI II), dentro do Complexo Central de Tecnologia (CCT), em Brasília (DF), o data center em questão possui uma função extremamente estratégica no processamento de dados de mais de 54 milhões de clientes do banco, bem como de usuários de outras instituições financeiras, que utilizam essa infraestrutura para transações nacionais e internacionais. Este centro de processamento deve apresentar índice de disponibilidade de pelo menos 99,982% (permitindo somente uma hora e trinta e seis minutos de indisponibilidade, por ano).
Entenda os desafios e as soluções implementadas pela SEL
Edson Custódio, engenheiro da DITEC-GPRED, do Banco do Brasil, conta que a motivação para o investimento de R$ 2 milhões na modernização do sistema, se deu em função da alta criticidade e importância das cargas deste data center, bem como em virtude da ênfase ditada pelo mercado atual nas questões de segurança do trabalho e de confiabilidade de operação. Segundo ele, “a atuação da proteção culminava em tempos de desligamento elevados devido a grande quantidade de relés de proteção em cascata. A segunda razão, está na necessidade de readequação das instalações de média tensão para aumento da segurança das pessoas no ambiente de trabalho e operação relativa a danos materiais.”
De acordo com Ricardo Pereira, engenheiro da SEL responsável pelo projeto, “o retrofit possui um custo de implementação menor e com impactos controlados na operação (fator preponderante para que as atividades do data center não fossem afetadas). A solução SEL proporciona benefícios ao sistema, entre eles, o efeito de diminuição dos tempos de desligamento dos disjuntores e grande melhoria na sensibilidade às faltas e consequente isolamento do trecho sob falha, com a máxima segurança e flexibilidade operacional.”
Além da troca de todos os relés de proteção e da implementação de um sistema de seletividade lógica com comunicação GOOSE, protocolo da norma IEC 61850, para solucionar o problema de coordenação, a SEL trabalhou com um sistema de proteção ultrarápido e seguro na ação contra arco elétrico oriundo de curtos-circuitos nos painéis de média tensão
A proteção do sistema contra acessos indesejados também está garantida com a implementação de uma solução de segurança cibernética. “Os equipamentos e sistemas de comunicação de qualquer rede inteligente não podem ser vulneráveis a invasões ou ataques maliciosos. Imagine isso, então, no complexo contexto de um sistema bancário.”, enfatiza Ricardo Pereira.
Para que fosse possível reduzir os riscos operacionais durante as instalações em campo, o sistema passou por uma etapa de testes em fábrica, onde foi possível verificar todas as lógicas de controle e proteção. Esta é uma etapa importante no desenvolvimento dos projetos, pois antecipa possíveis problemas durante o comissionamento do sistema.
Foi desenvolvido, ainda, uma IHM (Interface Homem Máquina) específica para equipes de manutenção, que poderão monitorar equipamentos como disjuntores, relés de proteção e a própria rede de comunicação.
Por dentro dos desafios do sistema
Sendo considerada uma instalação de extrema criticidade, o data center do Banco do Brasil foi planejado visando uma melhor eficiência de consumo de energia e de sustentabilidade ambiental, e conta com infraestrura totalmente redundante, instalada em prédio com características de um “bunker”, construído em concreto armado de forma a assegurar a continuidade dos negócios mesmo em casos de desastres.
A energia elétrica é fornecida pela Companhia Energética de Brasília (CEB), de forma redundante, por meio de dois alimentadores expressos e subterrâneos em 13,8kV a partir da subestação (SE) 04 (Casa do Ceará). Em caso de falha da alimentação da CEB, dois sistemas de grupos geradores à diesel, cada um com três geradores, são acionados, suprindo as cargas. No total, o ICI II conta com 18,75 MVA de capacidade de geração instalada.
A subestação de entrada do Banco do Brasil é simétrica, espelhada em duas infraestruturas chamadas de Infra-1 e Infra-2 para controle de distribuição interna de energia, o que lhe proporciona uma configuração de redundância total. Cada lado possui três transformadores de 2,5 MVA, transformando os 13,8kV para 480V. É após esses transformadores que se encontram as cargas essenciais para o Banco do Brasil, composta por servidores de dados, computadores e robôs. Essas cargas são o coração do data center e, por isso, ainda contam com sistema ininterrupto de energia (No-breaks) em caso de falta de energia da CEB e até o momento dos geradores partirem.
A energia recebida da CEB se distribui nos cubículos de entrada do CCT e estes cubículos possuem ao todo 16 disjuntores de média tensão em 13,8kV. Ao todo, o sistema de média tensão do Banco do Brasil possui 64 disjuntores cada um com um relé para proteção e controle.
Fonte: Jornal Interface Ed. 42